quarta-feira, 20 de maio de 2009
O Medo
O dia foi de sombras e o vento soprou mais denso nas margens do caminho, encoberto pela copa das árvores. Nenhuma armadura me teria trazido o descanso, hoje, e contudo o céu era de um azul sem mácula. Dias assim são de enxofre, venenosos.
Onde estão estes muros que me cercam,
para que os derrube;
ou as grades da cela que te encerra,
para que as arranque.
Pois nada no meu peito cede aos terrores do corpo.
Ser cego,
mas sempre podendo ver.
Ser forte,
e contudo perecer.
Mas sempre o sangue,
correndo célere nas veias.
Com a espada rasguei uma cruz,
no coração.
e atirei-o aos quatro ventos,
por toda a parte.
Ser vivo,
e ainda assim
nunca morrer.
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5 comentários:
Admiráveis os desígnios destas tuas viagens...
Kisss...
Por vezes é difícil encontrar o cerco que nos persegue, passo ante passo, sem a nós temer.
Tão óptimo quanto sempre ^^
Beijos!
Acabei de descobrir o teu blog mas estou encantada!
Adorei o rasgo de palavras como me tocou!
Parabens... e olha que para eu comentar hoje em dia um blog é preciso que ele seja de facto de qualidade
muros há impossíveis de abate ou passagem, e um dia sentei-me, poisei as mãos e o sufoco, e muros então não havia, onde raio estava eu afinal? golfadas de vento varriam a minha alma e a morte pulsava nas minhas veias sem me matar. no informe percebi os rostos que me falavam e decidi então: no gume desta palavra viverei.
um abraço, Gotik
Roderick,
Obrigado pelo convite.
Abraço.
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Maria Strüder,
Bem vinda à Katedraal, e Gotik Raal agradece a emoção.
Com uma vénia...
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Witch,
Sabes, em cada pequeno percurso há viagens imensas. Aliás julgo até que a profundidade da viagem é inversamente proporcional à distância percorrida.
Um beijo,
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Leto e Vítor,
Não levem a mal que vos responda em conjunto - e na forma de um texto que nasceu das vossas respostas.
A FonteBeijo e Abraço,
Gotik
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