sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Dogma




Na solidez da rocha assentam as mais altas construções,
e nem todas as palavras juntas dizem da mais humilde revelação;
E lá longe, no lugar onde a terra abrupta acaba, é apenas o princípio do céu.

Pois que a imensidão de Ciência é só o corpo de um lago nocturno,
que termina na superfície das águas, acima das quais nada existe.


No mais ínfimo grão de areia se presta culto ao maior dos templos,
e o sol mais abrasador é apenas um brilho fugaz na janela do meu catre;
E no entendimento profundo do imutável, se encontra a chave das infinitas possibilidades.

Pois que no incompreensível reside o inexplicável, 
e na frase mais curta, o indizível.


17 comentários:

bat_thrash disse...

Como tentar dizer algo,
se a natureza já teceu,
em todos os seus detalhes,
poesia em demasia?

Para não ser redundante,
digo apenas: Bom Dia!

bat_thrash disse...

Na solidez da rocha há uma história que nem os arqueólogos mais empenhados conseguem desvendar. Há mistério até no que parece óbvio.
Como diz um compositor de meu país: mistério sempre há de pintar por aí..

Bat Kiss.

PS: eu estou com uma pedra a comprimir meus pensamentos. Ando com dificuldade de escrever e comentar.

bat_thrash disse...

Ameno-Era


Dori me
Interimo
adapare.
Dori me
Ameno
ameno latire
Latiremo
Dori me

Tira-me daqui.
Absorve-me.
Toma-me.
Descubra-me
e oculta-me.
Descubra em mim
imperceptíveis sinais.

Ameno
Omenare
imperavi ameno
Dimere dimere
matiro
Matiremo
Ameno

Descubra-me.
Diga-me se a Guerra se parece
com o espírito de um mártir...
Revela pequenos
sinais de imolação.
Imperceptíveis
sinais de imolação.
Abra.

Omenare
imperavi
emulari
ameno
Omenare
imperavi
emulari
Ameno

Abra o silêncio.
Revela-me.
Leva-me.
Revela-me.
Leva-me.
Revela-me, soldado.
Leva-me daqui.
Revela-me.

Ameno dore
Ameno dori me
Ameno dori me
Ameno dom
Dori me reo
Ameno dori me
Ameno dori me
Dori me am

Tira-me.
Revela-me.
Revela-me.
Tira-me.
Tira-me agora, soldado.
Revela-me.
Revela-me.
Revela,
imperceptíveis sinais,
revela!
[AMENO foi escrita por Eric Levi
e lindamente cantada
pelo grupo ERA
Fala de um grito de dor
em uma guerra, e a agonia
de uma alma pedindo pra
ser libertada pelo soldado
entrincheirado.
PS: Nada a ver com o texto, mas eu adoro essa música. LOL!

Gotik Raal disse...

Olá Bat Trash,

Pelo menos deixa que te diga que essa pedra não parece limitar-te tanto como dizes.

Com brilho de maresia
vogando nestas palavras,
recebe esta carta, espero que a abras;
E recebas então,
no teu coração,
também o meu muito "Bom Dia!"



Obrigado pela bela "Ameno" também: Se não tem a ver com o "Dogma" recebo-a antes neste texto e até talvez neste outro.

Um Beijo,
Gotik

DarkViolet disse...

A fronteira, dificil lugar de definições, quando se entra para um dos lados a intermitência entre no vazio ou no preenchimento total. Uma palavra chega para a compreensão..muitas vezes somente o silêncio

R. disse...

'Pois que no incompreensível reside o inexplicável,e na frase mais curta,o indizível.'

Um dia destes vou-te 'roubar' esta passagem.é só voltar a ter tempo para respirar :)

Um beijo.

R. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
R. disse...

"Não só os sentimentos criam as palavras, também as palavras criam sentimentos. As palavras formam uma arquitectura de ferro. São a vida e quase toda a nossa vida- a razão e a essência desta barafunda. É com palavras que construímos o mundo. É com palavras que os mortos se nos impõem. É com palavras, que são apenas sons, que tudo edificamos na vida. Mas agora que os valores mudaram, de que nos servem estas palavras? É preciso criar outras, empregar outras, obscuras, terríveis, em carne viva, que traduzem a cólera, o instinto e o espanto. E estou só e é noite. Por trás daquela parede fica o céu infinito. Para não morrer de espanto, para poder com isto, para não ficar só e doido, é que inventei a insignificância, as palavras, a honra e o dever, a consciência e o inferno."

Húmus


Já estava de saída quando me lembrei deste texto.Voltei atrás para reforçar o quanto gosto das tuas.

witch disse...

:)

Deixei algo no meu blog para ti...


Kisss...

Gotik Raal disse...

DarkViolet,

É preciso sentir, também as palavras. Que estas tenham um peso concreto na nosso corpo.

Abraço,
Gotik Raal

*
**
*

Vertigo,

Curiosamente existe essa relação estreita entre as palavras e o fôlego. E é necessário um tempo, inadiável, para ambas... mas as palavras residem no expirar. E a reflexão - que precede as palavras, na inspiração. Coisa estranha..
Obrigado pelo texto, identifico-me bem com ele, nas palavras "obscuras, terríveis, em carne viva, que traduzem a cólera, o instinto e o espanto."
É preciso viver estas palavras, ainda que e apenas no âmago. Mas, algures, têm que ser reais.
Ainda bem que as trouxeste.

Um beijo,
Gotik

*
**
*

Witch,

Já vi, e claro que já te respondi, nas tuas terras.
Obrigado, foi um gesto especial - e que me tocou..

Um beijo,

Fata Morgana disse...

Gotik

Pode-se dizer que cada uma das frases que aqui tens é aquilo que se costuma chamar "uma máxima".
Este texto é superlativo e também simples, fica muito próximo do indizível...

Acho que não sei dizer o que quero, mas vou tentar novamente: Os Dogmas não te afligem, não queres "desmontá-los", como a ciência queria... em vão. E assim ficas tão mais próximo.
(Saiu melhor esta segunda tentativa, mas ainda longe :)

Dark kiss.

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Apesar de na frase mais curta, permanecer o indizível, já muito ela diz, para além do "imaginável" e do "por imaginar". É só saber interpretar e dar-lhe asas para voar pelos mundos desconhecidos do infinito.

Gostei muito ^^
Um beijinhos!

bat_thrash disse...

Quer nos matar de saudades? Sumiste!O qe houve?

Bat Kiss.

bat_thrash disse...

Como andas nos faltando, li vários textos teus.:)

Gothicum disse...

"Os talentos atingem metas que ninguém mais pode atingir, os gênios atingem metas que ninguém jamais consegue ver."
(Arthur Schopenhauer)

Parei por aqui através dos escritos da Frankie e ainda bem. São escritos de génio, sensíveis e inteligentes. Simplesmente adorei ler o pouco que li. Abraços.

Gotik Raal disse...

Bat,

Obrigado pelo carinho, e já pude ver que passaste aqui uma temporada.. une Saison en Enfer.
Este cavaleiro andou mergulhado noutras demandas, mas agora de regresso verifico que a minha Katedraal ficou, ainda assim, bem guardada.

Um beijo, do
Gotik

*
**
*
*

Gothicum,
Sê Bem Vindo às terras de Gotik Raal.
Obrigado pelas tuas palavras, e espero então que essa aura resista a todos os teus regressos.

Um abraço,
Gotik Raal

Gotik Raal disse...

Olá Morgana,

Saiu bem, sim, a segunda tentativa mas também a primeira. Pois a simplicidade e o superlativo se encontram nesse espaço onde não há palavras.
E sim, os Dogmas não me afligem. Em particular Aqueles. Como os vejo são desafios ao entendimento, e sobretudo não caio no pecado original de os lêr precisamente com a mesma estreiteza de vistas que, de forma tão curta, são quase sempre atacados. Ou faço por isso :)
Acho que leste muito bem, com a tua lucidez de sentidos.

Um beijo,
Gotik

*
**
*
*

Leto,

"já muito ela diz, para além do "imaginável" e do "por imaginar""
Fizeste a leitura correcta, também. Pelo menos daquilo que eu quis dizer, Se nada abarca o Todo, em todo este está em todos os nadas, e todos estes são os seus caminhos.

Beijinhos,
Gotik