Catedral dos meus sentidos,
deste espaço imenso à minha volta;
onde a terra corre agora, e sempre solta
entre as fendas dos meus ossos já partidos.
Quisera eu jamais te magoar,
mas foi chegada a hora de subir;
galgar os ventos, as escarpas, decidir
que este sono do meu sangue, há que arrancar.
Seguir-me-ás depois, por fim, um dia,
quando as nuvens do meu céu te alcançarem;
e as tuas negras veias reclamarem
do teu ser, da alma, a vasta geografia.
4 comentários:
Fiquei sem palavras.
Bat Kiss.
Bat Trash,
Acho que deve ser uma coisa boa, esse mutismo. Mas em qualquer dos casos te agradeço! E gosto de te ver por aqui - um morcego na Katedraal faz todo o sentido.
Silent Kiss,
Gotik Raal
Belo mais uma vez...
E é impossivel não transformar este poema em algo muito pessoal...
Kisss...
Obrigado, Witch
E porventura é essa a razão por que gostamos de lêr: as palavras transformam-se nas cordas que pendem das nossas escarpas interiores, nessa subida até aos ares rarefeitos da nossa essência..
Um beijo, Witch
Gotik
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