Com a espada cortou-lhe a cabeça numa elegância de seda.
Observou-a, ainda sobre os ombros, deslizando devagar no declive do seu antigo corpo.
Caiu sem estrondo na terra, mas com um baque curto e sujo de fruta podre; e era-o, de facto.
A cabeça rolou livre e lentamente, cumprindo um pouco menos de um cúbito. Depois deslizou na erva húmida criando momento enquanto se aproximava - agora sem os braços abertos e suplicantes de há pouco - do precipício. Coberta a distância precipitou-se sobre o rio; e pela primeira vez criou algo verdadeiramente belo, na forma daquele arco que desenhou até às águas geladas.
O resto do corpo, joelhos flectidos, girou nas rótulas e tombou sobre a esquerda em direcção à noite.
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