domingo, 14 de fevereiro de 2010

A Calma



E se no teu mundo se desse um grande estrondo, e tudo no teu ser se estilhaçasse. Restaria apenas aquilo em que fosses íntegro, ou nada. De qualquer forma uma rebentação maior do que as muralhas mais inexpugnáveis. Imagina que te afirmavas nesse instante; como um ser terrível, indomável, doce e meigo, cruel para além das lágrimas, e tudo em ti eram palavras surdas. Mossa e impacto. Mas sabias que nesse mundo habitavas apenas tu, fora de ti próprio.

No meu cérebro esmago-te como folhas secas.

Pudesses visitar-me neste plano e fugirias seco de terror. Sim, já que estás ébrio do som da tua voz vazia, das tuas lágrimas sem sal, do teu sorriso em arco que se abre para o nada. Tu és tudo o resto e dessa forma és coisa nenhuma.
Eu sou apenas único, esta impotência.

E no entanto estou vivo e isto é tão somente uma pústula ridícula no meu rosto. Sabes, a minha pele é grossa como os séculos.

4 comentários:

Frankie disse...

Saudades das tuas palavras...

Gotik Raal disse...

E cá estão elas.

Beijo,
Gotik

Frankie disse...

:)

HornedWolf disse...

Saio sempre mais inspirado do que cheguei.